sexta-feira, 24 de agosto de 2012

DESCRIMINALIZAÇÃO DAS DROGAS: PONDERAÇÕES



Está em análise em Brasília, desde agosto de 2012, o Projeto de Lei do Senado (PLS 236/2012) que, entre outras medidas polêmicas, quer permitir o plantio e o porte de drogas para consumo próprio. Após a análise, a proposta será votada pelo Plenário e, se aprovada, seguirá para a Câmara dos Deputados, sendo o último passo a sanção presidencial.

Com relação às drogas, desencadeou-se uma verdadeira campanha para formar mentalidade favorável à descriminalização, inclusive com a presença de artistas no horário nobre da TV, tática para reverter o percentual dos que são contra a descriminalização: 78,6% dos brasileiros, segundo o CNT/Sensus de 2011. Na imprensa, números a favor da descriminalização são ventilados sem a citação das fontes estatísticas de onde foram retirados, o que pode sugerir tanto despreocupação com a apuração das informações quanto um perigoso alinhamento ideológico. Com isso, apenas um lado do assunto vem sendo mostrado por esses formadores de opinião, algo que preocupa bastante.

O que estão dizendo

Segundo os favoráveis a que o porte e o uso de drogas deixem de ser crimes no Brasil, a descriminalização é uma tendência mundial. Afirmam que países que adotaram tal política tiveram resultados surpreendentes. Outro viés do discurso é que trilhões têm sido gastos, sem sucesso, na guerra às drogas, esquecendo-se, porém, que trilhões também são despendidos no tratamento de doenças, sobretudo provocadas pelo uso de drogas e, mesmo assim, pessoas continuam adoecendo e morrendo diariamente, demonstrando que há demandas naturais numa sociedade às quais, por maior o custo, não se pode fugir. Alega-se, da mesma forma, que a descriminalização enfraqueceria o tráfico, como se o traficante fosse incapaz de se adaptar a uma nova realidade, inclusive empregando pessoas para transportar drogas nas quantidades permitidas pela lei, formando microrredes de tráfico, o que, aliás, já se observa hoje com a utilização de menores de idade. Diz-se, ainda, algo mais curioso, que a liberação das drogas reduziria a procura, contradizendo aquela lei básica de mercado, conhecida desde que o mundo é mundo, de que quanto maior (ou mais fácil) a oferta de um produto, maior a procura. O pior de tudo é que praticamente não se pondera sobre os perigos que a descriminalização pode trazer ao Brasil, em cujo solo, de proporções continentais, vivem, em meio a tantas disparidades, mais de 190 milhões de pessoas.


Experiência que vem de fora


Verdadeiros prodígios têm sido atribuídos à política de drogas implantada por Portugal, que se tornou, em 2001, o primeiro país europeu a descriminalizar as drogas, mas que já sente o impacto da banalização do uso de entorpecentes. Quem revela isso é o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), vinculado ao Ministério da Saúde daquele país, no seu relatório de 2010.

Diferentemente do alardeado pelos entusiastas da descriminalização, que tiveram forte atuação e alcançaram seus objetivos no país irmão, o relatório aponta que houve, sim, aumento, e significativo, no consumo de drogas em solo português, sobretudo entre jovens, desde que entrou em vigor a lei 30/2000, que descriminalizou o uso e o porte de entorpecentes.




Como especifica a tabela acima, na faixa etária de 15 a 34 anos, por exemplo, o percentual de usuários de qualquer droga em Portugal, que em 2001 era de 12,6%, saltou, em 2007, para 17,4%. De maconha, foi de 12,4% para 17%. De cocaína, de 1,3% para 2,8%. De ecstasy, de 1,4% para 2,6%. De LSD, de 0,6% para 0,9. E de cogumelos mágicos, que em 2001 era de 0% (isso mesmo, nulo), passou para 1,4%. Os números estão na figura 1 da página 15 do relatório, disponível em www.idt.pt/PT/IDT/RelatoriosPlanos/Paginas/SituacaodoPais.aspx


O relatório de 2011 do IDT (www.min-saude.pt/NR/rdonlyres/8CFBDF43-E4C3-4AE1-93B1-115D66B2DFDB/0/RelatorioAnual2011.pdf), também demonstra, na tabela da página 21, o crescimento no número de usuários de qualquer droga com faixa etária de 13 a 18 anos (idade escolar) no período de 2007 e 2011, conforme a ilustração abaixo:





Violência associada às drogas


Também diferentemente do que estão afirmando, a descriminalização das drogas não reduz a violência. Os homicídios relacionados com droga em Portugal aumentaram 40% desde 2001 (ano da descriminalização), segundo o “World Drug Report – 2009” (Relatório Mundial da Droga), do Departamento de Droga e Crime da ONU (www1.ionline.pt/conteudo/20317-homicidios-relacionados-com-droga-aumentaram-40-em-portugal).

Ajudam a engrossar as estatísticas portuguesas as “smart shops”, lojas que proliferaram rapidamente e nas quais, ao abrigo da lei, é possível adquirir desde maconha e similares do LSD a cogumelos mágicos, aqueles que não apareciam nas estatísticas antes da descriminalização (www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2534153&page=-1).


Smart Shop portuguesa expõe alguns de seus produtos

Portugal – vale frisar – é menor que Pernambuco e tem número de habitantes inferior ao da cidade de São Paulo.


HOLANDA

Num coffee shop
País em que a legalização da prostituição causou crescimento alarmante no número de prostíbulos e tráfico de mulheres, a Holanda é outra vitrine de propaganda. Mas lá também há problemas com a expansão dos “coffee shops”, bares e cafés para comprar e consumir drogas, os quais viraram ponto de encontro, sobretudo, de jovens e estrangeiros. A procura por drogas cresceu tanto no país que, em abril de 2012, o governo decidiu proibir turistas estrangeiros de comprar maconha (a droga mais consumida), e resolveu também reclassificar como droga pesada a maconha com mais de 15% do agente químico THC, que torna a cannabis mais forte do que a consumida na geração passada e a equipara à cocaína e ao ecstasy. Entre outros contratempos, “as vendas causaram aumento da criminalidade nas regiões limítrofes” (http://m.folha.uol.com.br/mundo/1082619-justica-da-holanda-proibe-maconha-para-turistas-estrangeiros.html).


SUÉCIA

Terceiro maior país da União Europeia, a Suécia (quase cinco vezes maior que Portugal) experimentou os dois lados da política das drogas. Na década de 60, quando optou pelo liberalismo na questão das drogas, viu o número de dependentes crescer. A partir dos anos 70, no entanto, manteve a proibição às drogas e passou a investir mais em prevenção e controle. A Suécia tem hoje um terço da média do número de dependentes químicos da Europa, conforme o relatório “Sweden’s Successful Drug Policy: A Review of the Evidence” (A bem-sucedida estratégia de drogas da Suécia: uma revisão dos fatos), divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). Na Suécia, investe-se em prevenção três vezes mais que a média do continente.

“As lições da história do controle de drogas na Suécia devem ser aprendidas por outros países” – afirmou o diretor executivo do UNODC, Antonio Maria Costa, ao comentar o relatório, disponível em  www.unodc.org/pdf/research/Swedish_drug_control.pdf.


PONDERAÇÕES  FINAIS

Embora portar e usar drogas continue sendo crime, desde 2006 o artigo 28 da lei 11.343 (www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm) - lei que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - determina penas diferenciadas a "quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar". Eis as penas: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Cabe à sociedade cobrar para que o disposto nessa lei seja cumprido na prática e não apenas no papel.

Descriminalizar as drogas, no entanto, como se está pleiteando, seria algo extremamente perigoso, sobretudo quando o país enfrenta o problema do crack, que só no Rio de Janeiro possui cerca de 3 mil usuários. Sem falar que num país onde há dificuldades até para se internar uma mulher prestes a dar à luz e não se consegue controlar nem a venda de bebida alcoólica a menores de idade, facilitar o acesso a novos e mais perigosos entorpecentes seria, no mínimo, imprudência.

Para quem quiser escrever para o Senado, os nomes dos senadores responsáveis pela análise do anteprojeto são, como titulares, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Armando Monteiro (PTB-PE), Benedito de Lira (PP-AL), Clovis Fecury (DEM-MA), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Jorge Viana (PT-AC), Magno Malta (PR-ES), Pedro Taques (PDT-MT) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES). E como suplentes, Ana Rita (PT-ES), Eduardo Amorim (PSC-SE), Gim Argello (PTB-DF), Jayme Campos (DEM-MT), José Pimentel (PT-CE), Luiz Henrique (PMDB-SC), Marta Suplicy (PT-SP), Sérgio Souza (PMDB-PR) e Vital do Rêgo (PMDB-PB).

Todos sabem que a classe política é sensível às manifestações populares numericamente expressivas, de vez que estas oferecem indicações do posicionamento do eleitorado, cujo voto é vital para renovação de seus mandatos. É muito importante, por isso, que os que não concordam com esta e outras propostas do PLS 236/2012 se dirijam aos parlamentares que o estão analisando, para manifestar a sua desaprovação. Para conseguir os meios de contato desses políticos, basta acessar www.senado.gov.br/senadores  e clicar no nome do senador desejado.

É possível dizer não à descriminalização ligando também, gratuitamente, para o "Alô Senado": 0800 61 22 11.



OUTRAS INFORMAÇÕES ÚTEIS À REFLEXÃO:


- MACONHA:

Estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), divulgado em 1º de agosto de 2012, revelou que no Brasil 1,5 milhão de pessoas usam maconha diariamente, dos quais 500 mil são adolescentes. Dos jovens na faixa de 14 a 18 anos, 17% disseram ter conseguido a substância dentro da escola. De todos os consumidores, 1,3 milhão reconheceram já ter sintomas de dependência. A pesquisa ouviu 4.607 pessoas, com idade mínima de 14 anos, em 149 municípios de todos os Estados do país.

Segundo o psicólogo Péricles de Miranda Ribeiro, da Fazenda da Esperança, entidade católica que trata de dependentes químicos, 80% dos jovens internados na instituição ingressaram no mundo das drogas através da maconha (http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2012/08/80-comecam-pela-maconha-diz-psicologo-que-atende-viciados-no-am.html).

Tida e difundida por muitos como inofensiva à saúde, a maconha teve este seu mito mais uma vez desmentido pela ciência, enquanto se evidenciou também um outro problema preocupante ligado ao comportamento de seus usuários. Especialistas da Fundação do Pulmão da Grã-Bretanha divulgaram pesquisa em que alertam sobre a forma como as pessoas estão subestimando os malefícios da maconha, sobretudo para o sistema respiratório. Os pesquisadores entrevistaram mil adultos e descobriram que um terço deles acreditava que a cannabis não traz riscos à saúde. Além disso, 88% pensavam que os cigarros comuns, de tabaco, são mais nocivos que a maconha, quando, na realidade, a maconha torna o risco de câncer de pulmão 20 vezes maior (www.estadao.com.br/noticias/vidae,maleficios-da-maconha-sao-subestimados-diz-estudo,883111,0.htm).


ÁLCOOL:

Pesquisa inédita da Unifesp, realizada em sete capitais do país (São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Belém e Campo Grande), revelou que menores de 18 anos que tentam comprar bebidas alcoólicas têm sucesso em, pelo menos, 70% das vezes, apesar da lei proibir. O estudo, divulgado na revista científica “Drugs and Alcohol Dependence” (Drogas e dependência de álcool), ouviu 17 mil jovens entre 14 e 18 anos. Outra pesquisa da Unifesp, divulgada em agosto de 2012 na mesma publicação, ouviu 15 mil jovens nas 27 capitais brasileiras, mapeando como, onde, quanto e o que bebem os adolescentes brasileiros. O foco foram os jovens que consomem ao menos cinco doses de álcool em uma única ocasião, por serem o grupo que mais preocupa a quem trata do problema. Os números são alarmantes: um em cada três jovens de 14 a 17 anos se embebedou ao menos uma vez no ano; 40% dos casos mais recentes ocorreram na própria casa do menor ou de amigos, e, em 11% dos episódios, estavam acompanhados pelos pais ou tios. Com isso, comprovou-se também a leniência dos pais com a ingestão de bebidas alcoólicas por parte dos filhos menores de idade.

Segundo o responsável pelo estudo, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, professor da Unifesp e coordenador do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Drogas, jovens que bebem estão estatisticamente mais sujeitos a riscos. De sofrer um acidente de carro, que para um jovem que não bebe é de 5%, para um que bebe regularmente ou pesado é, respectivamente, de 40% e 60%. De pegar uma doença sexualmente transmissível é de 2% para os que não bebem contra 30% e 45% dos outros grupos. Com relação à gravidez, o percentual de risco é de 5% para os que não se alcoolizam e de 20% e 30% para os demais (revista “Veja”, de 11 de julho de 2012).




REPORTAGENS:


"Uso recreativo de maconha pode afetar áreas cerebrais da motivação e emoção": www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/04/1441308-uso-recreativo-de-maconha-pode-afetar-areas-cerebrais-da-motivacao-e-emocao.shtml 




O boêmio bairro da Lapa, no Centro do Rio, além de adolescentes alcoolizados, convive com o drama do crescente número de menores de idade que vão ao local em busca de maconha e cocaína, entre outros entorpecentes. É o que mostrou reportagem de 27 de agosto do "Jornal Nacional".









(Jornal "Destak", de 9 de agosto de 2012, página 4)






Maconha na adolescência reduz a capacidade intelectual

Pesquisa divulgada nos Estados Unidos registrou uma queda de oito pontos no QI de usuários que começaram a fumar a droga antes dos 18 anos de idade.
Fumar maconha regularmente durante a adolescência reduz a capacidade intelectual de forma permanente na vida adulta, aponta uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (27/8/2012) nos Estados Unidos.

O levantamento comparou o quociente intelectual (QI) de mil neozelandeses aos 13 anos e aos 38, incluindo fumantes regulares de maconha e não usuários. Entre os usuários que começaram a fumar na adolescência -- com o cérebro ainda em desenvolvimento -- e continuaram com o hábito até a fase adulta, houve uma queda de oito pontos no QI. Já entre os não usuários, o QI subiu até um ponto. "Em média, o QI deve permanecer estável à medida que a pessoa envelhece", explica a responsável pela pesquisa Madeline Meier, psicóloga da Universidade de Duke.

A queda do QI não foi atribuída a diferenças na educação ou por abuso de outras substâncias, como álcool e outras drogas, destacou Meier.

Os que começaram a fumar maconha na adolescência também registraram piores resultados em testes de memória, concentração e raciocínio rápido. Os que abandonaram a maconha ou reduziram seu uso até um ano antes do teste dos 38 anos apresentaram os mesmos déficits intelectuais.

Período vulnerável - Por outro lado, os usuários que começaram a fumar maconha na idade adulta -- após os 18 anos -- não tiveram sua capacidade intelectual reduzida. "A adolescência é um período particularmente vulnerável no desenvolvimento do cérebro", destacou a pesquisadora. Os jovens que começam a fumar cedo "podem estar interrompendo processos normais chave para o cérebro", e de forma permanente.

Meier especula que um estudo mais aprofundado pode ajudar a determinar se abandonar a maconha por mais de um ano permitiria "recuperar a capacidade" intelectual. "Não estudamos isto, mas é definitivamente possível", concluiu ela.





Brasileiros são contra a descriminalização de drogas, diz pesquisa

JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

Os brasileiros são majoritariamente contra a descriminalização das drogas no país, aponta pesquisa divulgada nesta terça-feira (16/8/2011) pelo CNT/Sensus.

Dos entrevistados, 78,6% disseram ser contra a descriminalização do uso de drogas em geral, e 82,2% disseram acompanhar ou pelo menos ter ouvido falar dos debates recentes sobre a temática.

A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 12 de agosto (de 2011) em 24 Estados. Ouviu 2.000 pessoas e tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais. [...]

(www1.folha.uol.com.br/cotidiano/960440-brasileiros-sao-contra-a-descriminalizacao-de-drogas-diz-pesquisa.shtml).

























Brasil é o maior mercado de crack no mundo, aponta levantamento

Ingrid Tavares
Do UOL, em São Paulo

O Brasil é o maior mercado de crack do mundo e o segundo de cocaína, aponta o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas. O estudo, divulgado pela Universidade Federal de São Paulo nesta quarta-feira (5), mostra que esta epidemia corresponde a 20% do consumo global da cocaína — índice que engloba a droga refinada e os seus subprodutos, como crack, óxi e merla.
Só no último ano, um em cada cem adultos fumou crack, o que representa um milhão de brasileiros acima dos 18 anos. Quando a pesquisa abrange o consumo das duas drogas, cocaína e crack, o número atinge 2,8 milhões de pessoas em todo o país. O número é considerado "alarmante" no período pelo coordenador do estudo, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira. 
"À medida que a OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que o consumo de cocaína está diminuindo no mundo, a gente não consegue observar isto no Brasil. O consumo está aumentando no país", destacou Laranjeira. "Estamos muito lentos no combate à epidemia e não sei se teremos recursos para cuidar de todo esse fenômeno."
Cerca de 6 milhões de pessoas (4% da população adulta) já experimentaram alguma vez na vida a cocaína, seja o pó refinado ou apenas a droga fumada (como se apresentam o crack e o óxi). Já entre os adolescentes, 442 mil (3% dos que têm entre 14 anos e 18 anos) também já tiveram experiência com algum tipo dessas susbtâncias. 

PROPORÇÃO DE CONSUMO MUNDIAL DE COCAÍNA E CRACK NO ÚLTIMO ANO

LOCALMILHÕES DE PESSOAS
EUA4,1
Brasil2,8
América do Sul (exceto o Brasil)2,4
Ásia2,3
África Central2,3
Reino Unido1,1
Espanha0,8
Leste Europeu0,6
Canadá0,5
Oceania0,4
Quanto ao uso da cocaína intranasal (cheirada), que é a mais comum no mundo, pouco mais de 5 milhões de adultos (4%) admitiram ter experimentado o pó alguma vez na vida, sendo 2,3 milhões de pessoas (2%) nos últimos 12 meses. O uso é menor entre os jovens, sendo menos de 2% nos dois casos: 442 mil adolescentes em um momento da vida, e 244 mil no último ano.  
Quase 2 milhões de brasileiros, afirmam os dados, já usaram a cocaína fumada (crack, óxi ou merla) uma vez na vida, atingindo 1,8 milhão de adultos (1,4% da população) e150 mil adolescentes (cerca de 1%). No último ano, foram cerca de 1 milhão de adultos (1%) e 18 mil jovens (0,2%).
A pesquisa, que foi feita com 4.607 pessoas de 149 municípios brasileiros, indica também que o primeiro uso de cocaína ocorreu antes dos 18 anos para quase metade dos usuários (45%), seja para quem ainda consome a droga ou para quem já consumiu ao menos uma vez na vida.
No total, 48% desenvolveram dependência química, sendo que 27% relataram usar a droga todos os dias ou mais de duas vezes por semana. Conseguir as drogas também foi considerado fácil por 78% dos entrevistados, sendo que 10% dos usuários afirmaram já ter vendido alguma parte da susbtância ilegal que tinham em mãos.
Segundo o levantamento, o uso da cocaína e do crack em áreas urbanas é três vezes maior do que nas rurais. Portanto, a região Sudeste aparece como a de maior concentração de usuários das drogas no último ano. A região abriga 1,4 milhão de usuários (46%). A região Nordeste vem em seguida e é considera a segunda região com o maior número de consumidores da droga, com 800 mil (27%). O Centro-Oeste e o Norte aparecem empatados na terceira posição, com 300 mil (10%), e o Sul é a região com o menor número de usuários das drogas, com 200 mil (7%).
"Ainda não temos a explicação para o baixo consumo no Sul. A gente tem de ver se isso é um dado positivo, ou se está havendo a substituição de outras drogas estimulantes na região, como ocorre com o resto do mundo, de diminuir o consumo de cocaína, mas aumentar o de outros tipos de estimulantes, como anfetaminas", explica a psiquiatra Clarice Madruga, uma das coordenadoras do estudo.


(Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/09/05/brasil-e-o-maior-mercado-de-crack-no-mundo-aponta-levantamento.htm)




USO DE MACONHA PODE DESENVOLVER CÂNCER NOS TESTÍTULOS

Droga ativa células que produzem esperma, o que leva à doença. Cocaína diminui as chances, mas prejudica a fertilidade masculina

Maconha pode ter efeitos no sistema endocanabinóide

Um estudo da Universidade do Sul da Califórnia encontrou uma ligação entre o uso de maconha e desenvolvimento de câncer testicular. Os resultados sugerem que a droga dobra a probabilidade do surgimento da doença e confirma conclusões de pesquisas realizadas nos últimos anos.
Para o estudo, Victoria Cortessis, líder do trabalho, examinou o histórico de 163 usuários diagnosticados com o tipo de câncer e outros 292 homens saudáveis com a mesma idade e etnia.
O câncer nos testículos costuma ser diagnosticado em homens na faixa entre 15 e 45 anos. A malignidade é cada vez mais comum no mundo. Pesquisadores suspeitam que isso se deva ao aumento da exposição a causas ambientais ainda não conhecidas.
— Não sabemos o que na maconha pode levar ao problema, embora se especule que ela possa atuar através do sistema endocanabinóide, que responde à droga e é o responsável pela formação de esperma. De alguma maneira, isso leva à doença — diz Victoria.
Os pesquisadores também descobriram que os homens com histórico de uso de cocaína tiveram uma redução nos riscos dedesenvolvimento do câncer testicular. A droga pode matar as células produtoras de espermatozoide, uma vez que tem este efeito sobre outros animais.
— Se isso for correto, o preço é alto. Embora as células germinativas sejam destruídas, a fertilidade também é prejudicada — alega Victoria.





Bebida

Rússia limita venda de cerveja para combater alcoolismo

A venda da bebida ficará proibida no país entre 11 horas da noite e 8 horas da manhã a partir desta terça-feira

Rússia: em 2012, os impostos sobre a cerveja cresceram 20%
Rússia: em 2012, os impostos sobre a cerveja cresceram 20% (Thinkstock)
A Rússia vai restringir a venda de cerveja a partir desta terça-feira, em uma tentativa para combater o alcoolismo no país, noticiou a agência de notícias Interfax. O presidente russo, Vladimir Putin, já admitiu que o alcoolismo é um sério problema no país. A Rússia tem uma das maiores taxas de consumo de álcool, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O ex-presidente Dmitry Medvedev havia assinado emendas a leis sobre álcool em julho de 2011, a fim de reclassificar a cerveja como uma bebida de alto teor alcoólico. A nova lei, que entra em vigor nesta terça-feira, restringe a quantidade de cerveja que pontos de venda e quiosques podem vender e proíbe o comércio dessas bebidas entre 11 horas da noite e 8 horas da manhã, segundo a Interfax.
Em 2012, os impostos russos sobre a cerveja cresceram 20%. De acordo com um planejamento do Ministério das Finanças aprovado em 2011, os impostos devem aumentar em mais de 25% em 2013, e mais 20% em 2014.
A Rússia também elevou o preço mínimo para a vodka e baniu publicidade de bebidas alcoólicas, inclusive na internet.
(Com agência Reuters)
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/russia-restringe-venda-de-cerveja-para-combater-alcoolismo



19/06/2013 às 22h08

15 mil já fumaram crack

Pesquisa divulgada ontem, pelo IBGE, aponta que pelo menos 75 mil jovens já usaram maconha: entre 13 e 15 anos de idade

DIÁRIO DA MANHÃ
AGÊNCIA BRASIL, DE BRASÍLIA
Aproximadamente 75 mil alunos do último ano do ensino fundamental nas escolas brasileiras fumavam maconha e 15 mil fumavam crack no ano passado, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2012, divulgada, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar dos números representarem 2,5% e 0,5%, respectivamente, dos cerca de 3,15 milhões de alunos do 9º ano, a situação serve de alerta para as autoridades e a sociedade como um todo, de acordo com o gerente de Estatísticas de Saúde do IBGE, Marco Antonio Andreazzi.
“Estamos falando de adolescentes, em sua maioria, entre 13 e 15 anos de idade, que frequentam a escola, que relataram ter usado essas drogas nos últimos 30 dias”, comentou. Ele demonstrou maior preocupação em relação ao crack. “Esse percentual de 0,5%, embora pareça bastante pequeno, merece cuidado e análise mais aprofundada: o crack é uma droga debilitante, que provoca o afastamento da escola, da família e do convívio social”, disse ele.
O estudo aponta que quase metade (45,5%) dos alunos nesse ano escolar tinha 14 anos de idade. Entre os entrevistados, 7,3% disseram ter experimentado algum tipo de droga ilícita como maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança-perfume e ecstasy. Desse total, 2,6% tinham menos de 13 anos. Dentre os entrevistados, 34,5% haviam provado maconha e 6,4%, crack. O Centro-Oeste é a região com o maior percentual de alunos do 9º ano que haviam experimentado alguma droga, com 9,3%. A Região Nordeste aparece com o menor percentual. Analisando os resultados por capitais, o maior percentual foi encontrado em Florianópolis (17,5%), Curitiba (14,4%) e os menores em Palmas e Macapá (5,7% em ambas).
Em relação ao álcool, 50,3% dos entrevistados disseram ter experimentado uma dose de bebida alcoólica na vida e 26,1% disseram ter consumido álcool nos últimos trinta dias, com destaque para Porto Alegre (34,6%) e Florianópolis (34,1%). Os menores percentuais foram encontrados em Belém (17,3%) e Fortaleza (17,4%).
Cerca de 22% dos estudantes disseram ter sofrido pelo menos um episódio de embriaguez. No sul, esse percentual foi 56,8% e de 47,3% no Nordeste. A proporção das meninas (51,7%) foi maior que a dos meninos (48,7%). A forma mais comum de obter bebida alcoólica foi em festas (39,7%), com amigos (21,8%), ou comprando no mercado, loja, bar ou supermercado (15,6%). E 10,2% dos escolares adquiriram bebida alcoólica para o consumo durante o período considerado, na própria casa.
Outro dado revelado pela pesquisa no que se refere à saúde dos adolescentes é a queda no número de estudantes que haviam provado tabaco nas capitais entre 2009 e 2012 (de 24,2% para 22,3%). Os dados mostram que 19,6% dos estudantes brasileiros do último ano do ensino fundamental haviam experimentado cigarro e 29,8% informaram que pelo menos um dos responsáveis era fumante. 89,3% dos entrevistados estudam em escolas que informaram possuir política sobre proibição do uso do tabaco.
Ao comparar os dados das pesquisas de 2009 e 2012, verificou-se que o percentual de escolares que fizeram uso de cigarros nos últimos 30 dias manteve-se estável, em torno de 6%. As cidades com maiores proporções de escolares fumantes no período foram Campo Grande com 12,4% e Florianópolis com 9,7%.



Maconha provoca modificações na estrutura cerebral e perda de memória de curto prazo

  • Estudo americano aponta que alterações cerebrais são parecidas com as da esquizofrenia em adolescentes que fizeram uso da droga diariamente, por três anos
O GLOBO (EMAIL·TWITTER)
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Pesquisa com 97 pessoas aponta que uso contínuo de maconha em adolescentes modifica estruturas do cérebro e pode aumentar risco de esquizofrenia
Foto: Matilde Campodonico / AP











Pesquisa com 97 pessoas aponta que uso contínuo de maconha em adolescentes modifica estruturas do cérebro e pode aumentar risco de esquizofrenia Matilde Campodonico / AP
CHICAGO - O uso contínuo e diário de maconha pode causar alterações na estrutura do cérebro parecidas com as da esquizofrenia. Em estudo com adolescentes, pesquisadores da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, relataram que as modificações cerebrais estão ligadas à perda de memória de curto prazo, o que compromete o desempenho escolar.
A pesquisa foi realizada com estudantes que fumavam diariamente durante três anos, entre os 16 e 17 anos, mais ou menos. As anormalidades cerebrais e problemas de memória foram constatadas dois anos após eles terem interrompido o consumo da droga, quando tinham cerca de vinte anos. O resultado aponta para os efeitos do uso crônico a longo prazo.
De acordo com os cientistas, as estruturas relacionadas com a memória pareciam encolher nos usuários, possivelmente refletindo uma diminuição nos neurônios. O estudo também mostra que as anormalidades cerebrais ligadas à maconha possuíam relação com o baixo desempenho da memória de curto prazo, o mesmo problema observado no cérebro de esquizofrênicos.
Nos últimos dez anos, os cientistas da Northwestern, em conjunto com outras instituições, têm apontado que mudanças na estrutura do cérebro podem alterar a forma como ele funciona.
Estudos anteriores já haviam avaliado os efeitos da maconha sobre o córtex, mas poucos haviam comparado diretamente o cérebro de usuários crônicos ao de esquizofrênicos. Esta é a primeira pesquisa a segmentar as regiões da área cinzenta subcortical afetadas por usuários e também é a única a ligar a área com a capacidade de processar informações do momento e, se necessário, transferi-las para a memória de longo prazo.
- O estudo relaciona o uso crônico de maconha a estas anormalidades cerebrais que parecem durar por pelo menos alguns anos depois de as pessoas pararem de usar a droga - disse o principal autor do estudo, Matthew Smith, professor de pesquisa em psiquiatria e ciências comportamentais da Escola de Medicina da Universidade de Northwestern Feinberg. - Com o movimento para descriminalizar a maconha, precisamos de mais pesquisas para compreender seu efeito sobre o cérebro.
Publicado nesta segunda na revista “Schizophrenia Bulletin“, o estudo analisou apenas um ponto no tempo e os cientistas afirmam que será preciso um estudo longitudinal para mostrar definitivamente se a maconha é responsável pelas alterações cerebrais e perda de memória.
- É possível que as estruturas cerebrais anormais revelem uma vulnerabilidade preexistente ao uso da droga - afirmou Smith. - Mas a evidência de que o sujeito mais novo a usar a droga apresentou maior anormalidade cerebral indica que a maconha pode ser a causa.
Cerca de 97 pessoas participaram do estudo, incluindo usuários de maconha saudáveis ou com esquizofrenia e não usuários saudáveis ou com esquizofrenia. Os que usaram maconha não fizeram uso crônico de qualquer outra droga.
Conexão entre maconha e esquizofrenia
Dos 15 usuários esquizofrênicos no estudo, 90% começaram a usar a droga intensamente antes de desenvolverem o transtorno mental. O uso crônico da maconha já havia sido relacionado com o desenvolvimento de esquizofrenia em pesquisas anteriores.
- O abuso de drogas de rua populares, tais como a maconha, pode ter implicações perigosas para os jovens que estão desenvolvendo ou vão desenvolver transtornos mentais - relatou outro autor do estudo, John Csernansky. - Esta pesquisa pode ser pioneira a revelar que o uso de maconha pode contribuir para as alterações na estrutura do cérebro que têm sido associados com a esquizofrenia.
Tanto os fumantes crônicos saudáveis quanto os com esquizofrenia tinham alterações cerebrais relacionadas com a droga. No entanto, os indivíduos com transtorno mental apresentaram maior deterioração no tálamo, uma estrutura tida como o centro de comunicação do cérebro e fundamental para a aprendizagem, a memória e as comunicações entre as regiões cerebrais.
- O uso crônico de maconha pode aumentar o processo de doença subjacente associada com a esquizofrenia - analisou Smith. - Se alguém tem um histórico familiar de esquizofrenia, ele pode estar aumentando seu risco de desenvolver o transtorno fazendo uso crônico da droga.


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TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA

No site da Secretaria de Segurança Pública do Paraná há um texto muito útil, esclarecendo como se dá o tratamento da dependência química, que pode ser feito de diferentes formas. Endereço: www.denarc.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=21